48 horas para terminar o “apagão do CNPq”…

Em novo comunicado, realizado no dia de hoje – 28/07, no principio da tarde, o presidente do CNPq, Evaldo Vilela, informou que espera resolver os problemas com o equipamento que deu origem à indisponibilidade dos sistemas do CNPq e colocar de volta “no ar” a Plataforma Lattes.

Já o diretor de Gestão e Tecnologia da Informação, Thales Marçal, afirmou que esperava resolver os problemas dentro de 48 horas. Veja o comunicado transmitido no YouTube no link: https://youtu.be/rtqI3P18WBQ

O SindGCT segue acompanhando com preocupação a situação do órgão e os problemas com seus sistemas e plataformas. Esperamos que os problemas sejam prontamente resolvidos e que se tome medidas para que tal situação não volte a ocorrer.

Reafirmamos que o incidente está relacionado a um quadro de descaso e desmonte da ciência e tecnologia no país, como fica evidenciado no caso do CNPq.

Este descaso e desmonte têm se materializado em uma lenta asfixia orçamentária do setor praticada pelo governo. Somada a esta forte restrição orçamentária, vemos o descaso com a infraestrutura das agências e unidades de pesquisa, de seu sucateamento e obsolescência.

Fonte: Jornal da USP

Neste quadro de descaso e desmonte tem papel relevante o que ocorre com os servidores públicos que atuam na área, em particular com a carreira de gestão, planejamento e infraestrutura em ciência e tecnologia – os gestores em C&T.

A Carreira de Gestão em C&T tem sido sistematicamente esvaziada e desprovida de suas funções. Desde 2010 não há concursos no CNPq para repor as saídas e aposentadorias, para dar conta das crescentes demandas apresentadas ao Conselho pela ampliação do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia. Hoje, o CNPq conta com cerca de 300 servidores, e destes, poucos são os que estão na área de TI. Quase todas as atividades da TI no CNPq estão terceirizadas – transferidas para empresas, o que por si só, gera certa dificuldade no controle e uso dos sistemas em operação.

Na ausência de servidores da carreira, qualificados para fazer gestão, planejamento e atuar em infraestrutura, dirigentes podem adotar políticas equivocadas, falhas podem ocorrer no planejamento, no acompanhamento e na avaliação das ações necessárias para o pleno funcionamento e aperfeiçoamento destes sistemas.

Não é de hoje que a ASCON – Associação dos Servidores do CNPq, e o SindGCT vêm alertando para as deficiências na área de TI do CNPq e para os problemas que vinham ocorrendo nas suas plataformas.

Nos últimos anos, de 2017 pra cá, o CNPq teve 3 gestões diferentes, com três diferentes presidentes. Em média, um presidente a cada 1 ano e três meses. Cada um trouxe uma visão para área, mas pouco foi feito efetivamente no sentido de fortalecer a infraestrutura de TI (equipamentos e RH). Muito se falou em criar uma nova plataforma que viria substituir a plataforma Carlos Chagas, mas de concreto não se avançou neste sentido. E, pouco se envolveu os gestores em C&T neste processo… Outras prioridades foram dadas, como a de construir aplicativos para celular ou renovação do site da instituição…

Diante deste quadro de “uma tempestade perfeita”, qualquer “acidente” torna-se um desastre!

Cabe agora, ao gestores em C&T, aos tecnólogos, aos pesquisadores e docentes realizar a defesa do CNPq! Não pode a principal agência de fomento à ciência e tecnologia, que completa 70 anos de existência neste ano, ser tratada desta forma e sofrer tamanho descaso e desmonte.

O Brasil precisa de ciência e tecnologia para criar uma sociedade mais justa e igualitária. Necessitamos de ciência e tecnologia para resolver nossos problemas e encontrar soluções criativas que nos propiciem um futuro melhor. O CNPq é fundamental para trilharmos este caminho.

#salveocnpq

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